Estrategia Internacional para la Reducción de Desastres
América Latina y el Caribe  

Revista EIRD Informa - América Latina y el Caribe
Número:13 -2006 -12/2006 - 11-/2005 - 10/2005 - 9/2004 - 8/2003 - 7/2003 - 6/2002 - 5/2002 - 4/2001- 3/2001 - 2/2000 - 1/2000

 

Socios en Acción

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Perspectivas
para o S�culo XXI


Questionados sobre o espaço de ação da Defesa Civil, em coletiva à imprensa durante visita oficial a Rio Claro, o Dr. Antônio Luiz Coimbra de Castro gerente de projetos da Secretaria Nacional de Defesa Civil foi enfático: “é mais fácil responder onde não há espaço para a Defesa Civil”. Conclui-se portanto que, considerando as definições conceituais contidas nas resoluções do Conselho Nacional de Defesa Civil – CONDEC, prendendo-se a questão dos desastres, há espaço de trabalho para a Defesa Civil em tudo que afeta ou pode afetar a população. Assim, aproximar-se das questões do cotidiano urbano, das questões geradoras dos conflitos sociais é fundamental. Buscar as causas e contribuir no trabalho que leve as comunidades locais a participar da construção e da organização da cidade é alternativa viável no sentido de canalizar a energia que tem se destinado a ações destrutivas e, portanto, preocupantes. Senão, vejamos:


Análise Epidemiológica dos Danos Humanos
(Morbi-mortalidade)

Numa análise da realidade brasileira, a partir das estatísticas de mortalidade, relativas ao ano de 1997, verifica-se que naquele ano foram registrados 754.585 óbitos, em conseqüência das:

Doenças do Aparelho Circulatório
249.610
Causas Externas (traumatismo)
119.403
Câncer
106.997
Doenças do Aparelho Respiratório
87.064
Doenças Infecciosas
47.916
Causas mal definidas
13.779
Todas as demais causas de óbito
132.816
Soma
754.585

O estudo destes números comprova que, no Brasil, os traumatismo já ultrapassaram o câncer e se colocam como a segunda causa geral de óbitos. Encarar essa realidade significa compreender que, analisados em conjunto, os acidentes de trânsito devem ser trabalhados também na perspectiva da Defesa Civil pelo impacto social que representam.

Ao aprofundar a análise dos traumatismos, por exemplo, como causa de óbitos, verifica-se a seguinte distribuição de óbitos:

Agressões, sem intenção de matar
40.472
Acidentes de trânsito
35.736
Homicídios
9.113
Afogamentos
7.112
Lesões Autoprovocadas (suicídios)
6.971
Quedas
4.597
Incêndio e Explosões
1.315
Intoxicações Exógenas
314
Causas mal definidas e todas as demais causas de trauma
13.773
Soma
119.403

Como 60% dos óbitos provocados por causas externas ocorrem entre os 5 (cinco) e os 39 (trinta e nove) anos e os mais atingidos pela violência são os jovens de sexo masculino, com idade variando de 20 e 29 anos, é forçoso concluir que os traumatismos em geral e a violência estão concorrendo para reduzir a expectativa de vida dos brasileiros, de uma forma muito preponderante.

Tais dados justificam inclusive a necessidade de esforço no sentido da desconstrução da cultura da violência nas suas mais diversas formas de manifestação, para a construção de uma sociedade fundamentada em princípios de respeito às individualidades, à liberdade, e que valorize o indivíduo em seu complexo de dimensões. Há que se pensar em projetos que, integrando a juventude nas questões urbanas e nas questões sociais, garantam seu envolvimento e participação saudável, admitindo a idéia de que manifestações violentas também são formas de participação.

Considerações finais

Pensar e projetar a cidade do Século XXI atento para a problemática urbana, no que tange a Defesa Civil, tem como grande desafio incorporar a preocupação com os aspectos preventivos em todas as áreas, visando a redução dos desastres e das vulnerabilidades. Concomitantemente, é forçoso preparar a comunidade para participar efetivamente da construção urbana, se apropriando de conceitos, se apoderando de discussões e conquistando canais de participação. Cabe pois a uma Defesa Civil efetivamente engajada, proporcionar as condições necessárias, radicalizando no processo de democratização das informações e de participação comunitária através do oferecimento de mecanismos de construção do coletivo. Só assim é possível prevenir desastres e manter aceitáveis os níveis de preparação para enfrentamento de situações adversas.


Projeto em desenvolvimento

O projeto BRIGADA JUVENIL DE DEFESA CIVIL tem por objetivo trabalhar alguns aspectos acerca da Defesa Civil com jovens, principalmente numa pers-pectiva de Segurança Global da População. Tal projeto consiste em trabalhar preventivamente a segurança da escola em sua parte física, patrimonial, ambiental e principalmente seu bem mais valioso: a VIDA. Visa também criar uma massa crítica, contribuir na preparação da geração com consciência e percepção de risco, estimulando a solidariedade. Defesa Civil é isso: um grande exercício de cidadania.

Em médio prazo, além de provocarmos a discussão e a reflexão da segurança sob outros aspectos, teremos cidadãos multiplicadores dessa abordagem de Segurança e de Defesa Civil, através de ações de cidadania, dentro e fora da escola. Além de contribuir na preparação para a vida, o certificado expedido e a experiência adquirida poderão ampliar suas perspectivas profissionais desses jovens.

Esse trabalho em parceria com a Escola Estadual “João Batista Leme” e Grupo Consul poderá, ainda, despertar algumas capacidades. Futuras lideranças comunitárias sairão de nossa Brigada Juvenil de Defesa Civil. Acreditamos que em um futuro próximo, esses jovens “brigadistas” estarão se destacando em vários setores, devido a sua capacidade de se antecipar aos problemas, estimulada pela visão preventiva de Defesa Civil.

Acontecerá em Rio Claro nos dias 7, 8 e 9 de setembro o 4º Encontro Municipal de Adolescentes. O projeto prevê a participação de 400 jovens das 61 instituições convidadas, incluindo participantes da rede Mercocidades. Tal trabalho está sendo organizado em parceria pelo Poder Público Municipal, especialmente através da Defesa Civil, e o Centro de Voluntariado de Rio Claro, Organização Não Governamental com experiência acumulada no Movimento de Adolescentes Brasileiros. Como o tema “A PAZ TAMBÉM É A GENTE QUE FAZ”, todas as atividades programadas para o Encontro têm por objetivo conscien-tizar os participantes (inclusive os adultos responsáveis pelos respectivos grupos) a respeito de seus papéis como prota-gonistas da constru-ção de uma socieda-de melhor. Dentre as oficinas de trabalho organizadas e oferecidas pelos grupos mais antigos no movimento, o foco principal será a desconstrução da cultura de violência para a construção de uma cultura fundamentada na paz, um bom exemplo de conscientização e garantia de participação da juventude é a oficina oferecida para implantação dos Grêmios Estudantis aos participantes do EMA. A partir daí, novos grupos de BRIGADA JUVENIL surgirão em Rio Claro, pois a proposta visa mudar as bases que fundamentam a relação do estudante com o espaço da escola, utilizando Prevenção e Combate a Incêndios como instrumento de posse, ou seja, provocar um processo de apropriação da coisa pública pelos estudantes. Conscientes da importância de determinado equipamento, conscientes do seu papel e da sua importância na construção da escola como um espaço agradável de convívio, extensão do próprio lar, acolhedora e includente. Em plenária são votadas as propostas de trabalhos a serem realizados no intervalo até o próximo encontro.


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